Durante muito tempo, eu olhava certas fotos e me perguntava: Cadê a mulher ali dentro?
Ela estava maquiada, arrumada, sorrindo como se fosse pra agradar alguém... Mas o que eu via era silêncio, desconexão. Parecia mais um retrato de como ela achava que “deveria ser” e não de quem ela realmente era. E eu… cansei disso.
Cansei de fotos perfeitinhas que não diziam nada. Cansei de sorrisos forçados, poses duras, moldes vazios.
E foi aí que entendi: O que eu busco na fotografia é vida. Movimento. Sentimento. Respiro.
Eu escolhi a fotografia espontânea porque ela respeita a mulher. Ela não impõe, ela convida. Convida pra um espaço onde a gente não precisa ser outra, nem esconder o que sente. Onde existe leveza, mas também verdade.
Porque não é sobre a pose, é sobre o instante que respira.
Aquele momento que ninguém manda acontecer… mas que acontece. Um olhar perdido, uma risada que escapa, o jeito de ajeitar o cabelo, a pausa entre uma conversa e outra e, de repente, ali está: a foto viva de quem você é.
E é nesse lugar que eu amo estar: Entre a pausa e o clique. Entre o gesto e o suspiro. Entre o que se vê e o que se sente.
Meu estilo nasceu disso, de um desejo profundo de mostrar as mulheres que elas não precisam performar para serem lindas. Elas só precisam respirar e se permitir existir, de verdade, na própria imagem.